sexta-feira, 8 de julho de 2016

Bilac deu à língua portuguesa o apelido de "última flor do Lácio"

Lídia Maria de Melo

Na região do Lácio, na Roma antiga, falava-se o latim vulgar, língua dos povos incultos: soldados, camponeses e pessoas sem título de nobreza. Nobres e intelectuais expressavam-se com o latim clássico, enquanto os integrantes do clero usavam o latim eclesiástico.

Quando os romanos chegaram à Península Ibérica, no século III antes de Cristo, levaram com eles o latim vulgar, que se misturou ao idioma local, originando assim um substrato, a língua celta. Após a queda do Império Romano (Século V d.C.), desenvolveu-se o dialeto denominado galego português.

Aí está, pois, o berço do idioma que falamos atualmente, tanto no Brasil, quanto em Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé  e Príncipe e Timor Leste, além das localidades Goa (Índia) e Macau (China).

A denominação Flor do Lácio surgiu com o primeiro verso do poema "Língua Portuguesa", do brasileiro Olavo Bilac (1865-1918), que assim diz: " Última flor do Lácio, inculta e bela". Com a perífrase, o poeta faz alusão ao fato de a  língua portuguesa ter sido o derradeiro idioma neolatino criado a partir do latim falado pelos soldados da região do Lácio.

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